Picadeiro Real de Lisboa
A 23 de maio de 1905 foi inaugurado em Lisboa o «Museu dos Coches Reaes» iniciativa da rainha D. Amélia d’Orleães e Bragança, princesa de França e casada em 1886 com o futuro rei de Portugal D. Carlos I.
O local escolhido para instalar o primeiro museu de coches do mundo foi o salão do antigo Picadeiro Real, construído pelo arquiteto italiano Giacomo Azzolini em 1787, adaptado para o efeito pelo arquiteto da Corte, Rosendo Carvalheira com a colaboração dos pintores José Malhoa e Conceição e Silva que em conjunto conseguiram uma harmonia quase perfeita entre o espaço e a exposição das viaturas de gala.
O sucesso foi grande mas logo de início a falta de espaço fez-se sentir e é a própria rainha que em 1906 encomenda um novo projeto para ampliar o museu e poder expor as restantes viaturas da Casa Real guardadas nas cocheiras de diversos palácios.
Após a implantação da República a 5 de outubro de 1910, a coleção do museu aumenta com a chegada de um conjunto de coches e berlindas da extinta Casa Real como ainda com viaturas provenientes dos bens da igreja.
Em 1911 o museu passa a designar-se Museu Nacional dos Coches.
Em 1944 é inaugurado um novo salão projetado pelo arquiteto Raul Lino, que veio permitir expor mais viaturas mas ainda não a totalidade da coleção, uma vez que a falta de espaço continuou a fazer-se sentir.
Em memória do excelente trabalho de proteção e divulgação deste património hipomóvel, iniciado pela rainha D. Amélia, permanece no espaço do Antigo Picadeiro, um núcleo expositivo visitável com coches e berlindas, a galeria de pintura da família real, assim como um conjunto de acessórios de cavalaria.
Edificio do Museu dos Coches
Em 1726, o rei D. João V compra a D. João da Silveira Telo e Meneses, 3º Conde de Aveiras, a "Quinta de Baixo", situada junto ao rio Tejo no aprazível termo de Belém na parte ocidental da cidade de Lisboa, na qual se integrava um conjunto de casas nobres, o Palácio de Belém e um Picadeiro.
Em 1786 foi mandado destruir o antigo picadeiro para, em sua substituição, ser construído o actual, obra da iniciativa do infante D. João, futuro rei D. João VI, filho da rainha D. Maria I e de D. Pedro III, grande entusiasta pela Arte Equestre.
Do projecto, em estilo neoclássico, atribuído ao arquitecto italiano Giacomo Azzolini, é de salientar o amplo salão com 50 m de comprimento por 17 m de largo, com dois pisos, apresentando, nos topos do andar superior, tribunas ligadas por duas estreitas galerias com colunata, destinadas a permitir à Família Real e à Corte assistirem aos jogos equestres.
As obras de construção do Picadeiro Real tiveram início em 1787 e muito embora a estrutura do edifício ficasse pronta um ano depois, as decorações exteriores e interiores prolongaram-se até cerca de 1828.
Em 1791 Francisco José da Costa fornecia os painéis de azulejo que decoravam as tribunas e em 1793 estava colocada a balaustrada interior que envolve o salão, obra do entalhador Gonçalo José.
Entre 1792 e 1799 participaram na decoração dos interiores, entre outros, os pintores Francisco de Setúbal, Francisco José de Oliveira, Joaquim José Lopes dito "o Bugre" e o francês Nicolau Delerive.
Nos motivos decorativos utilizados em toda a decoração do tecto e painéis nos topos do salão, predominam elementos ligados à arte equestre.
Destacam-se no tecto do picadeiro em tela pintada, três grandes medalhões ovais com cenas alegóricas.
No primeiro está representada a figura de um cavaleiro símbolo de Portugal ladeado por quatro figuras femininas que simbolizam os Continentes, facilmente identificados pelo animal que as acompanha, respectivamente o cavalo para a Europa, o camelo para a Ásia, o crocodilo para a África e a arara para a América.
No medalhão central uma figura feminina coroada segura a cornucópia da Abundância simbolizando a Paz e Prosperidade do Reino.
No terceiro medalhão a alegoria da Guerra é sugerida pela figura armada de lança, escudo e elmo que segue numa quadriga puxada por leões e ladeada pela figura feminina da Vitória.
Em 1904, quando da adaptação do picadeiro a museu realizaram-se obras sob orientação de Rosendo Carvalheira, arquitecto dos Palácios Reais, sendo as pinturas então restauradas pelos pintores José Malhoa e António Conceição e Silva.
Mais tarde, em 1940, nova campanha de obras orientada pelo arquitecto Raul Lino vai permitir a ampliação da área de exposição com a construção de um novo salão lateral.
Entre 1999 e 2001 procedeu-se a uma recuperação das coberturas do edifício, e à remodelação do tecto do Salão Lateral dando ao edifício o seu aspecto actual.
Anexo de Vila Viçosa
Situado a cerca de 200 Km a leste de Lisboa o Paço Ducal de Vila Viçosa, mandado construir em 1501 por D. Jaime, 4º Duque de Bragança, tornou-se, pouco tempo depois, a principal residência da Casa de Bragança até que o 8º Duque D. João II, foi aclamado Rei de Portugal, no ano de 1640, como D. João IV.
A partir dessa data o Paço de Vila Viçosa passou a ser apenas uma residência de campo da Família Real que o manteve ocupado até à implantação da República, em 1910.
Em 1984, um acordo com a Fundação da Casa de Bragança permitiu a instalação no Paço Ducal de Vila Viçosa de um Anexo do Museu Nacional dos Coches onde se expõem ao público viaturas pertencentes na sua maioria à colecção do Museu a que se juntaram algumas do Palácio Nacional da Ajuda, do Museu de Évora, do Museu Machado de Castro, de depósitos privados e as do próprio Paço Ducal.
A exposição está organizada por núcleos ocupando o primeiro a antiga Cocheira Real mandada construir por D. João V, em 1728, por ocasião da realização na fronteira do Caia da cerimónia da "Troca das Princesas". O segundo situa-se na cavalariça mandada construir por D. José I, por volta de 1752, e o terceiro e o quarto distribuem-se pelas cavalariças construídas já no reinado de D. Maria I.
Destacam-se, de entre as 73 viaturas ali expostas, alguns coches e berlindas do século XVIII pertencentes à Família Real e uma grande variedade de Viaturas de Gala do século XIX e início do século XX de que são exemplo carruagens, landaus, caleças, fétones, milordes, clarences, bourghans, vitórias, uma aranha e uma mala-posta.
Um conjunto de carros de caça e carros de campo tais como os char-à-banc, os breques e um carro de canudo testemunham a actividade da nobreza nas várias quintas, herdades e coutadas de caça. Dois velocípedes completam esta exposição.
Serviço Educativo
O Serviço Educativo do Museu Nacional dos Coches, criado em 1966, desenvolve anualmente diferentes programas pedagógicos essencialmente destinados ao público juvenil, proporcionando um contacto com as colecções numa abordagem lúdica que facilita a aquisição de conhecimentos.
Para além desses programas específicos, o Serviço Educativo organiza visitas guiadas para o público escolar dos diversos graus de ensino e para visitantes adultos em geral.
Museu do Coches de Lisboa
Este site foi criado por um conjunto de pessoas que ao longo dos anos visitaram o Museu dos Coches em Lisboa e que desenvolveram um carinho especial pelo mesmo que foi evoluindo de tal forma que levou à criação de um site dedicado ao Museo dos Coches em Lisboa. Para saber todos os detalhes sobre o Museu, visite o
site oficial do mesmo ou a página de
Facebook do Museu dos Coches de Lisboa
Museu dos Coches Preço
Preço do Novo Museu Nacional dos Coches : 8,00 Euros.
Museu Nacional dos Coches : Picadeiro Real 4,00 Euros.
Bilhete Coches (Picadeiro Real + MNC) : 10,00 Euros.
Descontos no Preço do Museu dos Coches:
– Visitantes com idade igual ou superior a 65 anos* 50%.
– Cartão de estudante não enquadrado em visita de estudo 50%.
– Cartão Jovem 50%.
– Bilhete Família (a partir de 4 elementos) 50%.
– Bilhetes Circuito : Calçada Real – Museu dos Coches, Novo Museu Nacional dos Coches + Palácio Nacional da Ajuda – 12,00 €
Isenções: mediante apresentação de comprovativo
– Domingos e Feriados das 10.00 às 14.00 – todos os cidadãos residentes em território nacional.
– Crianças e jovens até aos 12 anos (inclusive).
– Visitantes em situação de desemprego residentes na União Europeia.
– Visitantes com mobilidade reduzida com grau de deficiência superior a 60% e 1 acompanhante.
– Membros da APOM/ICOM, ICOMOS e de Associações Culturais.
– Investigadores, conservadores, restauradores, profissionais de museologia e/ou património em exercício de funções.
– Jornalistas – comprovadamente, no desempenho das suas funções, mediante comunicação prévia de 7 dias úteis de antecedência.
– Voluntários em exercício na DGPC e 1 acompanhante.
– Professores e alunos de qualquer grau de ensino, incluindo Universidade Sénior ou de 3ª idade, no âmbito de visitas de estudo e mediante marcação prévia junto dos serviços.
Visitar o Museu dos Coches
Situado próximo do rio Tejo, na zona ocidental de Lisboa, o Museu Nacional dos Coches ocupa uma área onde estavam localizadas as antigas Oficinas Gerais do Exército. O Picadeiro Real, edifício que fazia parte do Palácio Real de Belém, hoje a residência oficial do Presidente da República, mantém-se visitável como núcleo expositivo do Museu.
Dentro dos museus, tem à sua disposição 7 écrans interativos, 11 écrans passivos e 2 grandes projeções que completam a informação sobre a coleção. Para enriquecer a sua visita, adquira o Guia do Museu Nacional dos Coches, com informações sobre toda a coleção, e complemente-o com a App que permite ver o interior das viaturas e revela também algumas curiosidades.
Preparação da Visita Guiada para Professores
- Marque com antecedência a data da visita do seu grupo, por carta, fax,
e-mail ou telefone (às Segundas-feiras).
- Envolva os seus alunos desde o início.
- Prepare a visita com eles, não para eles. Os alunos devem perceber a razão porque visitam o Museu.
- Procure documentar-se sobre a colecção do Museu antes da visita.
- Nestas páginas terá em breve à sua disposição algumas Fichas de trabalho, com diferentes graus de dificuldade, para os alunos preencherem durante ou após a visita.
- Tenha em atenção a duração da visita.
- Não exceda o número de alunos recomendado por grupo. Grupos demasiado grandes tornam-se desmotivadores.
- Tente cumprir o horário que escolheu. Caso tenha de cancelar a visita agradecemos que avise o Museu.
- Colabore connosco preenchendo o questionário e dando-nos sugestões.
- Se tiver dúvidas não hesite em consultar-nos!
Contactos Museu dos Coches
Terça-feira a Domingo das 10:00 às 17:30;
Encerrado à Segunda-feira e principais feriados: 1 de Janeiro, Sexta-feira santa e Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de Dezembro.
Museu Nacional dos Coches
Avenida da Índia nº 1361300-300 LISBOA
Tel: (351) 210 732 319
N 38.696602, W -9.199680
Picadeiro Real
Praça Afonso de Albuquerque 1300-004 LISBOA
Tel: (351) 213 610 850
N 38.697484, W -9.199650